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quinta-feira, 20 de março de 2014

Padres e diáconos da arquidiocese de Mariana enviam carta às comunidades


D. Geraldo, no encerramento do 24º Encontro Arquidiocesano de Presbíteros e Diáconos


D. Geraldo, no encerramento do 24º Encontro Arquidiocesano de Presbíteros e Diáconos

Foi aprovada na manhã desta quinta-feira, 20, a carta que os padres e diáconos da arquidiocese de Mariana enviarão aos cristãos leigos e leigos das comunidades da arquidiocese. No texto, o clero enumera quatro valores que devem marcar a vida dos cristãos: a esperança, a espiritualidade, a misericórdia e a alegria.

“De nossas reflexões, orações e estudo emergiu, dentre outras coisas, a convicção de que a esperança, a misericórdia, a espiritualidade e a alegria devem se constituir em pilares de nossa vida e ministério. É isso que compartilhamos com vocês nessa mensagem que nasce do nosso coração de pastores”, diz a Carta.

Os padres e diáconos finalizam a Carta com uma prece e um pedido. “Ao Cristo suplicamos insistentemente que os anime na esperança, fortaleça-os na misericórdia, sustente sua espiritualidade e os mantenha sempre alegres. A vocês um pedido: conosco‘estejam sempre prontos para dar a razão de sua esperança a todo aquele que a pedir’”.

Suplente para representante de presbíteros
Foi divulgado também o resultado da eleição do suplente para representante de presbíteros. Com 59 votos foi eleito, em terceiro escrutínio, o padre Edmárcio Moreira Gomes, pároco da paróquia São Pedro, em São Pedro dos Ferros. Ele sucede o padre José Geraldo da Silva, o padre Juquinha, que renunciou à função.

Opção pelos pobres

Na última missa do 24º encontro de presbíteros e diáconos da arquidiocese de Mariana, que termina ao meio dia desta quinta-feira, 20, o arcebispo dom Geraldo Lyrio Rocha, questionou os participantes sobre a opção pelos pobres.

“De que lado está a Igreja? De que lado estamos nós? Participando do banquete dos grandes, fartando-nos com os ricos, ou do lado dos pobres, curando-lhes as feridas, ajudando os Lázaros para que caminhem com as próprias pernas?, indagou o arcebispo ao refletir sobre o evangelho proclamado.

Segundo dom Geraldo, a arquidiocese de Mariana tem uma herança que não pode ser esquecida que são “a vida e o testemunho de dom Luciano”. Ele cobrou mais presença das pastorais sociais na arquidiocese. “Ainda temos muita dificuldade com a pastoral carcerária, da sobriedade, da saúde, da criança e do menor, dos idosos”, disse.

A missa homenageou o padre Rogêrio Venâncio que, em junho, completa 50 anos de ministério presbiteral, e os padres Tarcísio Sebastião Moreira e Roberto Bruno, que comemoram 25 anos de ordenação.
20 março, 2014

Carta aos cristãos leigos e leigas que estão nas comunidades da Arquidiocese de Mariana



Aos irmãos e irmãs das comunidades que formam a Igreja Particular de Mariana, “amados de Deus e santos por vocação: graça e paz da parte de Deus, nosso Pai e de Nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 1,7).

Nós, presbíteros e diáconos da Arquidiocese de Mariana, reunidos com nosso arcebispo, Dom Geraldo Lyrio Rocha, em Cachoeira do Campo, de 17 a 20 de março de 2014, em nosso 24º Encontro Anual, dirigimo-nos a vocês para partilhar um pouco daquilo que vivemos e experimentamos ao longo destes dias.

Reunidos como irmãos, aprofundamos nossos conhecimentos sobre a vida dos ministros ordenados como testemunhas de fé, esperança e caridade à luz do Concílio Vaticano II. Inspirou-nos a palavra do apóstolo Pedro: “Estejam sempre prontos para dar a razão de sua esperança a todo aquele que a pedir” (1Pd 3,15).

De nossas reflexões, orações e estudo emergiu, dentre outras coisas, a convicção de que a esperança, a misericórdia, a espiritualidade e a alegria devem se constituir em pilares de nossa vida e ministério. É isso que compartilhamos com vocês nessa mensagem que nasce do nosso coração de pastores.

Somos ministros da esperança! Esta palavra animou nosso encontro. Queremos que anime também o coração e a vida de vocês. Por meio da esperança testemunhamos e espalhamos a fé e a confiança em Jesus Cristo, Senhor da nossa História. N’Ele confiamos e é a Ele que servimos e anunciamos.

A esperança, porém, não nos faz ingênuos. Temos consciência dos inúmeros desafios que o mundo nos apresenta a todo instante: violência, drogas, pobreza, miséria, sofrimento, exclusão, crises familiares… Mas a fé é muito maior! E nos dá a certeza da vitória.“Tenham coragem! Eu venci o mundo!” (Jo 16,36).

Encoraja-nos a palavra do papa Francisco. “Os desafios existem para ser superados. Sejamos realistas, mas sem perder a alegria, a audácia e a dedicação cheia de esperança” (EG 109). Ao seu apelo: “Não deixemos que nos roubem a esperança!” (n. 86), queremos responder com total dedicação e serviço a vocês, irmãos e irmãs.

As comunidades também nos enchem de esperança. Nelas encontramos um forte testemunho de fé e de confiança em Deus, uma riqueza imensurável de dons, o trabalho edificante de tantos irmãos e irmãs engajados na missão de evangelizar e de promover a vida. Prometemos manter-nos vigilantes para que ninguém lhes roube sua força missionária (cf EG 109).

Somos ministros da misericórdia de Deus! Guiados pelo nosso coração de pastores, queremos fazer-nos cada vez mais próximos dos irmãos e irmãs para confirmá-los na fé e no amor de Deus e curar-lhes as feridas, especialmente dos pobres e excluídos. Esta é a nossa vocação. Nossa referência é Jesus Cristo, que traz no corpo e na vida as marcas da compaixão e do serviço. A primeira O leva a ser bom pastor enquanto o serviço O leva a dar sua vida em resgate de todos.

Reconhecemos que somos responsáveis pela fé dos outros e pelos outros na fé. Assim, a exemplo de nosso Mestre, queremos ser “pastores com cheiro de ovelhas”, dedicados e sensíveis, prontos a dar a vida “para que todos tenham vida”. Não queremos fugir a essa responsabilidade, que é parte da nossa missão.

Somos ministros movidos por uma espiritualidade! O espírito não é algo em contraposição à matéria, mas aquilo que nos põe em movimento, nos dá coragem e audácia. É essa espiritualidade que nos há de mover. Por meio dela queremos viver o esvaziamento de nós mesmos, a doação de nossa vida pelo povo, a total confiança em Deus e a consciência de que fomos escolhidos na Igreja, pela Igreja e para a Igreja. Como seria bom se, em nossas comunidades, fosse vivida e confirmada essa espiritualidade! Então, o medo se dissiparia, o desencanto daria lugar ao entusiasmo, o cansaço não nos dominaria e o bem triunfaria sobre o mal!

Somos ministros marcados pela alegria! Nosso ministério, vivido na comunhão com a comunidade, faz-se canal da alegria que deve caracterizar todo cristão na medida em que lhes comunica a força do evangelho. Com efeito, “a alegria do evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus” (EG 1). Por isso, não mediremos esforços para ajudar, em nossas comunidades, os cristãos “que parecem ter escolhido viver uma Quaresma sem Páscoa” (EG 6). A esses, em primeiro lugar, queremos anunciar com novo vigor a Boa Nova de Jesus.

Agradecemos a Deus, diariamente, a presença de todos vocês em nossa vida. Ao Cristo suplicamos insistentemente que os anime na esperança, fortaleça-os na misericórdia, sustente sua espiritualidade e os mantenha sempre alegres. A vocês um pedido: conosco“estejam sempre prontos para dar a razão de sua esperança a todo aquele que a pedir”.

Conscientes de que nós, ministros ordenados, somos a minoria que está a serviço da imensa maioria do povo de Deus que são vocês, os cristãos leigos e leigas (cf. EG 102), unidos ao nosso pastor, dom Geraldo Lyrio Rocha, enviamos-lhes, amados irmãos e irmãs, nossa bênção afetuosa.

Cachoeira do Campo, 20 de março de 2014.