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segunda-feira, 5 de maio de 2014

Entrevista do teólogo Frei Beto, após encontro com o Papa Francisco:

P- Qual é a situação da Teologia da Libertação hoje?
R- A Teologia da Libertação sempre foi muito viva. Hoje ela não trata de assuntos revolucionários, porém encara os temas do desenvolvimento, das causas da miséria, da ecologia, da proteção do meio ambiente, das novas tecnologias, dos avanços da cosmologia, das nanotecnologias e da bioética, ou seja dos variados assuntos novos que se adicionaram à Teologia da Libertação.
P- Estes são assuntos próximos a Francisco.
R- Sim, são temas próximos a ele porque o seu primeiro texto, a exortação apostólica “Evangelii Gaudium”, é quase um texto subversivo. Até o “Economist” protestou, dizendo que o Papa entendeu errado, e a estadunidense CBS fez o mesmo, evidenciando que o Papa deve conhecer melhor a realidade do mercado. Mas todos sabemos que o mercado está contra os direitos humanos, porque defende a apropriação privada do capital e da riqueza.
P- Na sua opinião, a Igreja está pronta a seguir o radicalismo evangélico do Papa Francisco?
R- Não, ainda não. Temos uma cabeça nova mas um corpo velho que não mexe muito, está um pouco paralisado. Precisa de tempo para adequar a cabeça ao corpo e o corpo à cabeça.