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quinta-feira, 1 de maio de 2014

Festa de São José

9:30h - Missa com a participação dos motoristas

10:00h. Carreata

18:30h. Procissão

19:30h. Missa de Encerramento das festividades

Bispos apresentam amplo panorama sobre a 52ª AG da CNBB

Abrindo os trabalhos do primeiro dia da 52ª Assembleia Geral (52ª AG) da CNBB nesta quarta-feira (30), os bispos que compuseram a mesa da primeira coletiva de imprensa apresentaram um amplo panorama sobre os debates e reflexões para o encontro anual do episcopado brasileiro.

Os três bispos escolhidos para a primeira coletiva dedicaram-se à explanação da pauta geral dos bispos, o Tema Central e o clima de santidade que vive a Igreja com a canonização dos Papas João Paulo II e João XXIII.

Compuseram a mesa, o arcebispo de Manaus (AM) e presidente da Comissão para o Tema Central, dom Sérgio Castriani, o arcebispo de Salvador (BA) e Primaz do Brasil, dom Murilo Krieger e o arcebispo de Mariana (MG), dom Geraldo Lyrio Rocha.



Dom Dimas Lara Barbosa que coordenou a entrevista apresentou os bispos e destacou os primeiros trabalhos da 52ª AG, como o relatório do presidente da CNBB, dom Raymundo Damasceno Assis, sobre os passos da Igreja do Brasil desde a assembleia do ano passado ao momento presente e alguns dados sobre o programa da assembleia.

“Durante o período em que estão reunidos os bispos em assembleia são tratados assuntos pastorais de ordem espiritual e temporal, os problemas emergentes da vida das pessoas, da sociedade sempre na perspectiva da evangelização”, destacou dom Dimas sobre a finalidade da assembleia.

Foto de: Ivan Simas/A12.


Dom Geraldo Lyrio Rocha.

A seguir, tomou a palavra dom Geraldo Lyrio que apresentou o conjunto da pauta da assembleia de forma geral. A respeito do Tema Central, o arcebispo enumerou os diversos temas como, por exemplo, a preparação para a 3ª Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos; a exortação sobre a nova evangelização do Papa Francisco; a avaliação e encaminhamento das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora (DGAE) de 2015 a 2018; as consequências e desafios pastorais da Jornada Mundial da Juventude, os Regionais da CNBB e a questão ambiental na Amazônia, e ainda as temáticas dos organismos (conselhos) vinculados à CNBB.

Ao finalizar sua fala o arcebispo assinalou o grande esforço dos bispos do Brasil ao discutirem temas tão diversos e tão amplos em poucos dias de encontro. “Estamos com uma pauta muito longa e muito diversificada, mas parece muito ligada a nossa realidade, ao nosso contexto da Igreja e da própria realidade nacional”, disse.


Foto de: Ivan Simas/A12.


Dom Sérgio Castriani.

Dom Sérgio Castriani, responsável pela Comissão do Tema Central enfatizou a retomada do tema e o empenho da Igreja na busca da renovação das paróquias em vista da conversão pastoral para consequentemente acontecer a renovação da Igreja.

“A intenção de nós destacarmos este ano também como tema central a paróquia, não era simplesmente de elaborar um texto bonito, mas de deslanchar um processo de reflexão que chegasse até às bases, envolvendo todas as instâncias da Igreja" e, completou: "Posso testemunhar que de fato durante todo este ano a partir da assembleia do ano passado que aprovou o [documento] como um texto de estudos, que todas as pessoas foram envolvidas”, explicitou.

“Acredito que todo esse processo já valeu a pena, o processo foi muito fecundo e marcou profundamente a vida da Igreja no Brasil da última assembleia até hoje”. O documento final será apresentado aos bispos e espera-se que seja aprovado ainda nesta assembleia, acrescentou dom Sérgio.

Foto de: Ivan Simas/A12.


Dom Murilo Krieger.

Por último, dom Murilo Krieger apresentou alguns temas da vida da Igreja no momento atual e outros que encontram eco a partir do passado. O arcebispo considerou aspectos históricos em torno dos processos de beatificação e canonização ao longo das últimas décadas e o “despertar” para as causas de santos brasileiros, e ainda, o valor desse “movimento” que contribuiu para a evangelização. “Começamos a colher os frutos e descobrir que os santos evangelizam e, muito. Eles são um testemunho vivo daquilo que é o Evangelho”, assinalou.

Nesse sentido, lembrou a recente canonização do Padre José de Anchieta, a organização que surgiu na Igreja do Brasil a partir das luzes do Concílio Vaticano II, e também os efeitos dos pontificados dos mais novos santos, São João Paulo II e São João XXIII e encerrou dizendo do valor da fraternidade conjugada nos dias de assembleia, que favorece o encontro, a partilha e a unidade da Igreja diante de sua diversidade

Mensagem da CNBB por ocasião do Dia do Trabalhador e da Trabalhadora

Dia TrabalhadorA CNBB divulgou a sua mensagem pelo Dia do Trabalhador. No texto, o episcopado brasileiro reconhece os avanços conquistados pela classe trabalhadora, mas também pontua os desafios que ainda persistem neste campo.

A mensagem é assinada pelo arcebispo de Aparecida (SP) e presidente da CNBB, cardeal Raymundo Damasceno Assis; pelo arcebispo de São Luís (MA) e vice-presidente, dom José Belisário Silva; e pelo bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral, dom Leonardo Steiner.

Confira abaixo a mensagem na íntegra:

Nota da CNBB por ocasião do Dia do Trabalhador e da Trabalhadora

Reunidos na 52ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, de 30 de abril a 9 de maio de 2014, em Aparecida-SP, nós, os bispos do Brasil, dirigimos esta mensagem de esperança aos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros na comemoração de seu dia neste 1º de Maio. Ao saudá-los, pedimos que estejam com vocês a graça e a paz de Cristo Ressuscitado, o Filho do Carpinteiro, a quem confiamos a vida, a luta, os sonhos e as utopias de todos vocês.

O Dia do Trabalhador e da Trabalhadora é ocasião propícia para recordar que o trabalho “constitui uma dimensão fundamental da existência humana sobre a terra” (Laborem Exercens, 4). Vocês, trabalhadores e trabalhadoras, “conhecem a dignidade e a nobreza do próprio trabalho, vocês que trabalham para viver melhor, para ganhar para suas famílias o pão de cada dia, vocês que se sentem feridos na sua afeição de pais e de mães ao verem filhos mal alimentados, vocês que ficam tão contentes e orgulhosos quando lhes podem oferecer uma mesa farta, quando podem vesti-los bem, dar-lhes um lar decente e aconchegante, dar-lhes escola e educação em vista de um futuro melhor. O trabalho é um serviço a suas famílias, e a toda a cidade, um serviço no qual o próprio homem cresce na medida em que se dá aos outros” (São João Paulo II aos trabalhadores em São Paulo, 3 de julho de 1980).

Assegurar trabalho decente a todos, com condições dignas para exercê-lo e com justa remuneração, é responder a esta vocação que faz do homem e da mulher colaboradores de Deus na obra da criação. Assim, constitui sinal de esperança constatar a queda do desemprego em nosso país, bem como o aumento dos salários e a ascensão social de milhares de trabalhadores.

Reconhecemos, no entanto, a permanência de situações que depõem contra a dignidade dos trabalhadores. O salário mínimo ainda é muito baixo e se mantém distante do valor digno preconizado pela nossa Constituição. A disparidade salarial entre os que exercem a mesma função também é uma triste realidade em nosso país quando se observa o fator gênero e raça.

Persistem igualmente situações de trabalho precário e de desemprego disfarçado, em que pessoas entram nas estatísticas como ocupadas, quando, na verdade, estão inseridas no mercado informal à procura de novas e melhores ocupações. Esta realidade tem atingido a maioria dos nossos jovens. Acrescente-se também o trabalho escravo que vitima milhares de pessoas em todas as regiões do país, bem como as más condições laborais a que são submetidos muitos trabalhadores imigrantes, conforme denúncia da Campanha da Fraternidade 2014.

O Brasil tem uma das taxas de rotatividade no trabalho mais altas do mundo. Preocupa-nos o crescimento vertiginoso dos acidentes de trabalho e das doenças ocupacionais. Confirmam isso as recentes mortes de operários nas obras da Copa. A essas se somam as inúmeras mortes de trabalhadores que ficam no anonimato pelo país.

"A todos os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil, nossa especial e carinhosa bênção. O operário São José alcance de seu Filho, Jesus Cristo, proteção e graça para todos".

Outra realidade inquietante é a expansão da terceirização do trabalho no Brasil. Estudos do DIEESE (2011) revelam que o trabalhador terceirizado fica 2,6 anos a menos no emprego, tem uma jornada semanal de trabalho de três horas a mais e ganha 27% menos. A cada dez acidentes de trabalho, oito ocorrem entre terceirizados. A aprovação do Projeto de Lei 4.330, que regulamenta a prática da terceirização no país, poderá aumentar a precarização no mundo do trabalho.

A redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem diminuição do salário é uma justa reivindicação dos trabalhadores que não pode mais ser protelada. Da mesma forma, a regulamentação da ‘PEC das domésticas’ é uma urgência que colocará fim a esta dívida social da nação brasileira. O mesmo se diga em relação aos aposentados que, após doarem sua vida com seu trabalho, são prejudicados com perdas na aposentadoria que lhes tiram o direito a uma vida tranquila e segura. Rever o fator previdenciário é demonstração de respeito e de reconhecimento aos aposentados.

Lembramos estas situações no Dia do Trabalhador e da Trabalhadora para chamar a atenção da sociedade brasileira para seu compromisso com os trabalhadores e trabalhadoras com quem a CNBB se faz solidária, manifestando apoio às suas lutas e reivindicações. Anime a esperança de nossos trabalhadores e trabalhadoras a palavra de Cristo: “tenham coragem, eu venci o mundo” (Jo 16,33).

A todos os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil, nossa especial e carinhosa bênção. O operário São José alcance de seu Filho, Jesus Cristo, proteção e graça para todos.

Aparecida-SP, 1º de maio de 2014


Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB

Dom José Belisário da Silva, OFM
Arcebispo de São Luís do Maranhão
Vice Presidente da CNBB


Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB