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terça-feira, 10 de setembro de 2013

Desabafo do Padre

Pe. Sena
 
        Se não fosse por causa de vocês, um povo bom que se encontra nesta Paróquia de São João Batista de Barão de Cocais, confesso que eu já estaria bem longe daqui, há muito tempo. Está se aproximando a data de meus dois anos de residência nesta cidade. Desde que cheguei aqui não esgotaram as surpresas agradáveis que venho redescobrindo, a cada dia, no coração de vocês, povo de fé, acolhedor e amigo.

         Somando com as aspirações e boa vontade de muitos, temos trabalhado para que sejam bem conservadas e até criadas novas condições que favoreçam a todos, através de reformas e construções. Só que vocês não ficaram sabendo e nem é hora apropriada para dizer o que passei, durante a reforma e pintura deste Santuário. Poupei vocês e evitei qualquer tipo de mal estar. Sofri no silêncio. Prefiro nem comentar. A história é longa.

        Agora, com a reforma do escritório paroquial, as mesmas situações estão querendo se repetir. O conselho municipal de patrimônio cultural me notificou, alegando que cometi irregularidades graves , segundo o parecer de alguns de seus componentes. Por isto decidi, de agora em diante, não mais sofrer calado. Quero dividir com vocês, ao menos um pouco do que está se passando comigo. Tenho absoluta certeza de que nem todos os membros que compõem este conselho atual estão de acordo com as intenções de uma minoria deles que deseja somente me crucificar.

        Disseram que me notificaram porque receberam denúncias de pessoas que afirmam que a praça Mons. Gerardo está sendo descaracterizada por mim. Eu pergunto: Estou descaracterizando o que mais, se todas as construções próximas do adro da Igreja já se encontram descaracterizadas? Existe algum prédio histórico deste lado da praça com estilo da época da construção da Igreja S. João Batista?

        Penso e me atrevo a dizer que o conselho municipal de patrimônio cultural precisa ouvir mais são os tantos elogios e demonstrações de alegria da parte daqueles que sabem apreciar e reconhecer o cuidado que se tem com o que pertence a eles. Acho que seria até uma irresponsabilidade do conselho municipal de patrimônio cultural dar ouvidos aos que são sempre do contra, apenas usufruem dos espaços da Igreja, enxergam somente o que eles querem ver. Neste meio há também políticos ou politico que com o conselho se somam mais para a defesa de seus interesses.

        Está na hora do conselho municipal de patrimônio cultural dar mais uma prova de seriedade diante do que realmente precisa ser feito pelo bem desta terra. Da minha parte não irei desmanchar nada do que foi construído com o dinheiro sagrado de um povo fiel e generoso.

        Conto com a compreensão, a amizade e o valioso apoio da oração de todos vocês para que o bom senso seja mais forte e este conselho municipal de patrimônio cultural repense as suas atitudes que poderão causar péssimas consequências, caso insistam em manter suas mesmas decisões.             

Obrigado pelo apoio.

                                                                                                                                                         Pe. Sena
                                                                                                   Barão de Cocais 08 de setembro de 2013        
Grito dos Excluídos destaca situação de trabalhadores e jovens marginalizados


A cidade de Congonhas sediou, no sábado, 7, a 19ª edição do Grito dos Excluídos na Arquidiocese de Mariana. O evento foi animado por padres e leigos ligados aos movimentos sociais e à dimensão sociopolítica da arquidiocese. A praça da matriz de Nossa Senhora da Conceição abrigou a concentração inicial do evento, que começou logo pela manhã. O pároco local, pe. Paulo Barbosa, acolheu os participantes e animou a manifestação.
Na praça, os participantes assistiram às apresentações teatrais preparadas pelo grupo de jovens Anjos da Arte. As encenações abordaram as carências do povo marginalizado e o descaso das grandes empresas e do poder público para com as necessidades dos jovens pobres e de grande parte dos cidadãos economicamente desfavorecidos. Também foram resgatadas algumas das demandas que tiveram ênfase nas grandes manifestações que agitaram o país no meio do ano.
O Grito
O Grito dos Excluídos é tradicionalmente promovido por diversas dioceses católicas em todo o país e reúne militantes de movimentos sociais, grupos estudantis, sindicatos, pastorais da Igreja e outras associações que lutam em favor das causas sociais.
Com o lema “Juventude que ousa lutar, constrói o projeto popular”, o Grito deste ano chamou a atenção para as condições de vida e os desafios enfrentados pelos jovens brasileiros, como a violência, a falta de empregos dignos e as drogas, além da situação dos trabalhadores da mineração. Destacou ainda questões mais localizadas, como as campanhas pela criação de um novo hospital e de novas creches municipais em Congonhas.
Durante a concentração, foram servidas refeições, água e refrigerantes para todos os participantes do Grito. Por volta de 13h30, os participantes deixaram a praça e se dirigiram em caminhada rumo à basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos.
Reivindicações
Animados por um trio elétrico, os caminhantes fizeram uma parada no centro de Congonhas para que representantes de movimentos, sindicatos e associações pudessem se pronunciar.
O deputado federal Padre João (PT), sublinhou a Lei que será sancionada pela presidente, nesta segunda-feira, 9, destinando 75% dos royalties do petróleo para a educação e 25% para a saúde .
Já o coordenador arquidiocesano de pastoral, padre Geraldo Martins, que trabalhou na assessoria política e de imprensa da CNBB nos últimos seis anos, ressaltou a importância da participação nos projetos de lei de iniciativa popular. “A 5ª Semana Social Brasileira, realizada nesta semana em Brasília, apontou três urgências que devem merecer nossa atenção: reforma política, demarcação das terras indígenas e solicitação ao papa que convoque um grande evento internacional para discutir a valorização da vida”, disse o coordenador.
Também foram cobrados mais investimentos nos serviços públicos, mais vigilância e o fim da corrupção no país, além do comprometimento do Estado com as classes populares e valorização das mulheres no mercado de trabalho e na sociedade. Os manifestantes reivindicaram ainda o fim da exploração comercial no fornecimento de bens de primeira necessidade, como água e energia.
Os protestos voltaram-se também contra os projetos de facilitação de contratação de serviços terceirizados pelas empresas, contra a redução da maioridade penal e a favor de mais reconhecimento de direitos para os povos indígenas e demarcações de terras.
Paz na Siria
Em comunhão com o papa Francisco, os animadores convocaram todos a pedirem pela paz na Síria, no Oriente Médio e em todo o mundo, pelo fim da indiferença para com as crianças que são abandonadas, para que os direitos humanos sejam mais respeitados em todos os setores da sociedade e para que os jovens sem experiência profissional tenham mais oportunidades de trabalho, mais ofertas de emprego digno.
O encerramento do evento ocorreu com a missa que abriu o jubileu do Bom Jesus, às 15h, presidida pelo arcebispo de Mariana, dom Geraldo Lyrio Rocha, em frente à basílica do Bom Jesus. Em sua homilia, o arcebispo sublinhou os apelos do papa Francisco pela paz. “Não é a cultura do confronto, a cultura do conflito, aquela que constrói a convivência nos povos e entre os povos, mas sim esta: a cultura do encontro, a cultura do diálogo: este é o único caminho para a paz”, disse dom Geraldo recordando as palavras do papa.
Colaboração: Luiz Henrique e Fabiano Alves