As meditações do arcebispo de Chieti, em Vasto, na Itália, dom Bruno Forte, durante o retiro espiritual dos bispos, que faz parte da programação da 52ª Assembleia Geral da CNBB, abordaram a fé de Abraão, Maria, Pedro e Paulo. O retiro teve início no dia 3, à tarde e terminou neste domingo, ao meio dia. Na noite de sábado, os bispos participaram do lucernário, celebração na qual cada um acende uma vela, canta e medita a Palavra de Deus.
Testemunhas
Ao falar sobre a fé de Abraão, dom Bruno disse que não se trata de um “produto do coração”, mas de um dom. “Abraão aposta na impossível possibilidade de Deus, isto é, no fato que o mesmo Deus que deu e que tirou é o Deus no qual é preciso confiar”, disse dom Bruno, ao citar o exemplo de Abraão que se dispôs a sacrificar o próprio filho. “Deus sempre tem uma possibilidade impossível! Abraão confia em Deus, também no tempo do silêncio de Deus. Esta é a grandeza de Abraão: confiar em Deus não só quando tudo vai bem, quando Ele faz a tua vontade, mas também e sem reservas quando Ele te tira tudo, quando chega a pedir-te que o Isaac do teu coração seja sacrificado”, acrescentou.
Sobre a fé de Maria, dom Bruno disse que “ela é capaz de um amor atento, concreto, alegre e terno”. “Maria se aproxima sob o signo da ternura, isto é, do amor que gera alegria, que não cria distâncias, que antes aproxima os distantes, fazendo com que se sintam acolhidos e os enche com o espanto e a beleza de descobrir-se objeto de puro dom”, destaca. Segundo o bispo, na vida de Maria, o relacionamento com o Filho é determinante. “Mãe atenta e terna, vive as expectativas, os silêncios, as alegrias e as provas que toda mãe é chamada a atravessar: é significativo que nem sempre compreenda tudo sobre ele. Mas vai adiante, confiando em Deus, amando e protegendo a seu modo aquele Filho, tão pequeno e tão grande, numa mistura de proximidade e de dolorosas separações, que a tornam modelo de maternidade: os filhos são gerados na dor e no amor por toda a vida”, explica dom Bruno.
Quanto a Pedro, segundo dom Bruno, “foi alguém que aprendeu a não ser nada”, porque aprende o “caminho da humildade’ que é o “caminho da fé vivida, porque ama Deus os humildes e aceita morar em seu coração que tem sede dele”.
Já Paulo é descrito por dom Bruno Forte como “um homem ‘tocado’ por Deus de maneira tão profunda que viveu o restante de seus dias movido pelo único desejo de comunicar aos outros a experiência de amor gratuito e libertador feita no encontro com o Senhor Jesus no caminho de Damasco”.
Fonte: CNBB