Padre Geraldo Martins *
A Assembleia Arquidiocesana de Pastoral, realizada no último mês de novembro, tomou a prudente decisão de manter a missão junto aos afastados como prioridade da ação evangelizadora de nossa arquidiocese ao longo de 2015. A proposta do Ano da Escuta, vivido em 2014, foi muito bem acolhida, mas nem todas as paróquias e comunidades conseguiram ir ao encontro das pessoas que estão fora da comunidade para escutá-las a partir de seu lugar. Estamos convictos de que esse é o caminho e nele precisamos avançar.
A assembleia reafirmou, então, seis ações ou situações que poderão nos ajudar a atingir essa meta. A primeira diz respeito aos ministérios confiados aos leigos e leigas. Algumas dificuldades precisam ser vencidas para sermos uma Igreja ministerial. Uma delas é o clericalismo manifestado na resistência à atuação do leigo na Igreja. Outra é a definição de quais ministérios a comunidade efetivamente tem necessidade. Além disso, não pode faltar uma sólida formação para os candidatos aos ministérios. À arquidiocese cabe oferecer as diretrizes desta formação a exemplo do material elaborado pela Dimensão Litúrgica para o Ministério da Palavra.
A segunda ação aponta para a juventude ou “juventudes” como muitos preferem dizer para caracterizar melhor o perfil plural dos jovens de nossas comunidades. Nesse campo, pelo menos duas perguntas devem ser respondidas: como atingir o coração do jovem e fazê-lo apaixonar-se por Jesus? Como reunir e dar unidade às várias iniciativas de evangelização junto à juventude respeitando sua especificidade sem destoar da caminhada pastoral da arquidiocese?
Uma terceira preocupação indicada pela assembleia é com a dimensão política da fé. O pedido é que a Dimensão Sociopolítica esteja mais presente em nossas paróquias através, especialmente, das Pastorais Sociais com destaque para a da Sobriedade, Carcerária e da Saúde. Destacou também os Fóruns Intermunicipais que vêm sendo constituídos em algumas comarcas por iniciativa da Pastoral da Criança e do Menor com o objetivo de definir políticas públicas para crianças e adolescentes.
As outras três ações propostas pela assembleia são formação, espiritualidade e a descentralização das paróquias. Muitas iniciativas já acontecem em relação a isso e com muito sucesso. A novidade, porém, está no fato de que estas ações devem preparar nossos agentes e comunidades de tal modo que os ajudem a ir ao encontro dos afastados tanto eclesial quanto socialmente.
Temos um longo caminho a percorrer. Que Deus nos ajude com a luz de seu Espírito a fim de que os caminhos propostos sejam trilhados na alegria do Evangelho que “enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus” (EG 1).
* Coordenador Arquidiocesano de Pastoral