“Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10)
Nós, párocos das paróquias do município de Mariana-MG, vimos manifestar nosso repúdio à violência que tem vitimado inúmeras pessoas em nossa cidade nos últimos dias, tanto por homicídio quanto no trânsito. Com o Papa Francisco perguntamo-nos: “Quem chorou pela morte destes irmãos?”. Preocupam-nos a conformidade e, mais grave ainda, a indiferença com que muitos assistem a esta violência que põe fim à vida especialmente de jovens, pobres e negros.
Não podemos nos deixar contaminar pela “globalização da indiferença” que nos tira a capacidade de chorar, como nos recorda o Papa. A vida é dom de Deus e a ninguém é permitido tirá-la. Somos irmãos e irmãs, responsáveis pela vida uns dos outros. Como não nos indignar com a brutalidade que machuca e mata tanta gente?!
A violência é um pecado que clama aos céus porque atenta contra a dignidade dos filhos e filhas de Deus, ferindo-os de morte. Dela nascem a insegurança, o medo e a vingança, no campo e na cidade. É urgente ir às raízes geradoras da violência. Com efeito, adverte-nos o Papa Francisco: “Enquanto não se eliminarem a exclusão e a desigualdade dentro da sociedade e entre os vários povos será impossível desarraigar a violência. Acusam-se da violência os pobres e as populações mais pobres, mas, sem igualdade de oportunidades, as várias formas de agressão e de guerra encontrarão um terreno fértil que, mais cedo ou mais tarde, há de provocar a explosão” (Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, 59).
Como pastores do Povo de Deus, confiamos que as autoridades competentes apurem os crimes que assustaram nossa cidade nesta semana. Que os culpados sejam exemplarmente punidos, fazendo-se justiça e não dando vez à impunidade que alimenta a violência e o crime. Do poder público esperamos a implementação de políticas públicas eficazes que eliminem as desigualdades sociais e ofereçam novos horizontes aos que a sociedade condena à exclusão e ao descarte.
A todos exortamos deixarem-se guiar pelo Evangelho da vida que nos ordena amar-nos uns aos outros como o próprio Cristo nos amou (cf. Jo 15,12). Que Nossa Senhora do Carmo, padroeira de nosso município, nos alcance de seu Filho a paz e a justiça, no amor.
Mariana, 22 de fevereiro de 2014
Nós, párocos das paróquias do município de Mariana-MG, vimos manifestar nosso repúdio à violência que tem vitimado inúmeras pessoas em nossa cidade nos últimos dias, tanto por homicídio quanto no trânsito. Com o Papa Francisco perguntamo-nos: “Quem chorou pela morte destes irmãos?”. Preocupam-nos a conformidade e, mais grave ainda, a indiferença com que muitos assistem a esta violência que põe fim à vida especialmente de jovens, pobres e negros.
Não podemos nos deixar contaminar pela “globalização da indiferença” que nos tira a capacidade de chorar, como nos recorda o Papa. A vida é dom de Deus e a ninguém é permitido tirá-la. Somos irmãos e irmãs, responsáveis pela vida uns dos outros. Como não nos indignar com a brutalidade que machuca e mata tanta gente?!
A violência é um pecado que clama aos céus porque atenta contra a dignidade dos filhos e filhas de Deus, ferindo-os de morte. Dela nascem a insegurança, o medo e a vingança, no campo e na cidade. É urgente ir às raízes geradoras da violência. Com efeito, adverte-nos o Papa Francisco: “Enquanto não se eliminarem a exclusão e a desigualdade dentro da sociedade e entre os vários povos será impossível desarraigar a violência. Acusam-se da violência os pobres e as populações mais pobres, mas, sem igualdade de oportunidades, as várias formas de agressão e de guerra encontrarão um terreno fértil que, mais cedo ou mais tarde, há de provocar a explosão” (Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, 59).
Como pastores do Povo de Deus, confiamos que as autoridades competentes apurem os crimes que assustaram nossa cidade nesta semana. Que os culpados sejam exemplarmente punidos, fazendo-se justiça e não dando vez à impunidade que alimenta a violência e o crime. Do poder público esperamos a implementação de políticas públicas eficazes que eliminem as desigualdades sociais e ofereçam novos horizontes aos que a sociedade condena à exclusão e ao descarte.
A todos exortamos deixarem-se guiar pelo Evangelho da vida que nos ordena amar-nos uns aos outros como o próprio Cristo nos amou (cf. Jo 15,12). Que Nossa Senhora do Carmo, padroeira de nosso município, nos alcance de seu Filho a paz e a justiça, no amor.
Mariana, 22 de fevereiro de 2014