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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Grito dos Excluídos

19º Grito dos Excluídos tem foco na juventude



Paz * Respeito * Vida

“Juventude que ousa lutar constrói o projeto popular”
Congonhas se prepara para receber mais uma edição do Grito dos Excluídos. Em sua 19ª edição este evento é parte do processo da 5ª Semana Social Brasileira e, neste ano, conclama a juventude para “anunciar, em diferentes espaços, sinais de esperança com a perspectiva de transformação e construção de um Estado efetivamente a serviço da Nação e que respeite os direitos fundamentais da pessoas humana”, segundo sugere o objetivo geral do evento.
Este ano o Grito dos Excluídos terá como eixos os temas: “Mundo do Trabalho, Juventude e a Exclusão, Comunicação Políticas Públicas, Extermínio da juventude, Juventude e projeto popular para o Brasil, Mística, Povos indígenas/tradicionais, Violência contra a mulher, Estado e a juventude”, todos eles devem ser debatidos nas cidades, através de encontros, mesa redonda e outras iniciativas populares. Além disso, esses assuntos terão destaque na programação do evento sendo discutidos cada um deles durante três grandes momentos.
Programação:O Grito dos Excluídos 2013, realizado no dia 7 de setembro, conta com a participação de diversas pastorais, movimentos sociais, sindicatos e da presença da sociedade. Para melhor receber os participantes, foi pensada uma programação acessível contando com a acolhida e concentração a partir das 11 horas em frente a Matriz de Nossa Senhora da Conceição.
Às 12h30 terá início à caminhada para a Basílica do Bom Jesus, tradicional momento onde as pessoas percorrem as principais ruas e avenidas da cidade dizendo palavras de ordem e gritos de guerra. Com chegada prevista para as 15 horas, será celebrada missa presidida pelo arcebispo metropolitano de Mariana, dom Geraldo Lyrio Rocha, abrindo o Jubileu do Bom Jesus

domingo, 18 de agosto de 2013

A Voz do Papa


“Não cristãos, nunca cristãos de etiqueta!
Cristãos de verdade, de coração”,
 refletiu o Papa no Angelus
                                
no-angelus-papa-fala-da-salvaçãoNo Angelus do domingo, 25, Papa Francisco refletiu sobre a salvação, tema proposto pelo Evangelho do dia. O Santo Padre enfatizou que não se deve ter medo de atravessar a porta da fé em Jesus, pois Ele ilumina a vida do homem com uma luz que não se apaga nunca. Referindo-se à figura da “porta estreita”, aquela que leva à salvação, Francisco explicou que ela aparece várias vezes no Evangelho e remete à casa, ao lar, onde se encontra segurança e amor. E esta porta de salvação é o próprio Cristo.
“Ele é a porta. Ele é a passagem para a salvação. Ele nos conduz ao Pai. E a porta que é Jesus não está nunca fechada, esta porta não está nunca fechada, está aberta sempre e a todos, sem distinção, sem exclusão, sem privilégios”, disse. O Santo Padre falou ainda das várias portas existentes hoje que prometem uma felicidade, mas trata-se de algo passageiro. Ao contrário, a porta da fé em Jesus é o caminho a seguir sem medo. Ele explicou que esta porta de Jesus é estreita, pois requer a abertura do coração a Cristo. “Ser cristão é viver e testemunhar a fé na oração, nas obras de caridade, no promover a justiça, no fazer o bem. Pela porta estreita que é Cristo deve passar toda a nossa vida”.
Leia na íntegra a homilia:
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
O Evangelho de hoje nos convida a refletir sobre o tema da salvação. Jesus está saindo da Galileia rumo à cidade de Jerusalém e ao longo do caminho alguém – conta o evangelista Lucas – aproxima-se a Ele e lhe pergunta: “Senhor, são poucos os que se salvam?” (13, 23). Jesus não responde diretamente à pergunta: não é importante saber quantos se salvam, mas é bastante importante saber qual é o caminho da salvação. E então à pergunta Jesus responde dizendo: “Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita. Porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão” (v. 24). O que Jesus quer dizer? Qual é a porta pela qual devemos entrar? E porque Jesus fala de uma porta estreita?
A imagem da porta volta várias vezes no Evangelho e remete àquela da casa, do lar, onde encontramos segurança, amor, calor. Jesus nos diz que há uma porta que nos faz entrar na família de Deus, no calor da casa de Deus, da comunhão com Ele. Esta porta é o próprio Jesus (cfr Jo 10, 9). Ele é a porta. Ele é a passagem para a salvação. Ele nos conduz ao Pai. E a porta que é Jesus não está nunca fechada, esta porta não está nunca fechada, está aberta sempre e a todos, sem distinção, sem exclusão, sem privilégios. Porque, vocês sabem, Jesus não exclui ninguém. Algum de vocês poderia dizer-me: “Mas padre, com certeza eu sou excluído, porque sou um grande pecador: fiz tantas coisas más, fiz tantas, na vida”. Não, você não está excluído! Justamente por isso você é o preferido, porque Jesus prefere o pecador, sempre, para perdoá-lo, para amá-lo. Jesus está esperando você para te abraçar, te perdoar. Não ter medo: Ele te espera. Animado, tenha coragem para entrar pela sua porta. Todos são convidados a atravessar esta porta, a atravessar a porta da fé, a entrar na sua vida e a fazê-Lo entrar na nossa vida, para que Ele a transforme, a renove, dê a ela alegria plena e duradoura.
Nos dias de hoje, passamos diante de tantas portas que nos convidam a entrar prometendo uma felicidade que depois percebemos que dura somente um instante, que é um fim em si mesma e não tem futuro. Mas eu pergunto a vocês: nós, por qual porta queremos entrar? E quem queremos fazer entrar pela porta da nossa vida? Gostaria de dizer com força: não devemos ter medo de atravessar a porta da fé em Jesus, de deixá-Lo entrar sempre mais na nossa vida, de sair de nossos egoísmos, dos nossos fechamentos, das nossas indiferenças com os outros. Porque Jesus ilumina a nossa vida com uma luz que não se apaga mais. Não é um fogo de artifício, não é um flash! Não, é uma luz tranquila que dura sempre e nos dá paz. Assim é a luz que encontramos se entramos pela porta de Jesus.
Certo, aquela de Jesus é uma porta estreita, não porque seja uma sala de tortura. Não, não por isto! Mas porque nos pede para abrir o nosso coração a Ele, para reconhecer-nos pecadores, necessitados da sua salvação, do seu perdão, do seu amor, de ter humildade para acolher a sua misericórdia e fazer-nos renovar por Ele. Jesus no Evangelho nos diz que ser cristãos não é ter uma “etiqueta”! Eu pergunto a vocês: vocês são cristãos de etiqueta ou de verdade? E cada um responda para si! Não cristãos, nunca cristãos de etiqueta! Cristãos de verdade, de coração. Ser cristão é viver e testemunhar a fé na oração, nas obras de caridade, no promover a justiça, no fazer o bem. Pela porta estreita que é Cristo deve passar toda a nossa vida.
À Virgem Maria, Porta do Céu, peçamos que nos ajude a atravessar a porta da fé, a deixar que o seu Filho transforme a nossa existência como transformou a sua para levar a todos a alegria do Evangelho.
Apelo pela Síria
Com grande sofrimento e preocupação continuo acompanhando a situação na Síria. O aumento da violência em uma guerra entre irmãos, com o multiplicar dos massacres e atrocidades, que todos pudemos ver também nas terríveis imagens destes dias, leva-me mais uma vez a exortar para que cesse o barulho das armas. Não é o conflito que oferece perspectivas de esperança para resolver os problemas, mas é a capacidade de encontro e de diálogo.
Do fundo do meu coração, gostaria de manifestar a minha proximidade com a oração e a solidariedade a todas as vítimas deste conflito, a todos aqueles que sofrem, especialmente as crianças, e convidar a ter sempre viva a esperança de paz. Faço apelo à Comunidade Internacional para que se mostre mas sensível a esta trágica situação e coloque todo o seu empenho para ajudar a amada nação síria a encontrar uma solução a uma guerra que semeia destruição e morte.
 
 
Papa Francisco agradece, em carta ao presidente da CNBB, acolhida no Brasil
papaedamasceno
O presidente da CNBB e arcebispo de Aparecida (SP), cardeal Raymundo Damasceno Assis, recebeu esta semana uma carta do papa Francisco. No texto, o Santo Padre agradece a acolhida recebida no Brasil e, em especial, na cidade de Aparecida.
Confira a íntegra da carta:
Querido irmão,
Venho renovar-lhe a expressão do meu agradecimento e, através de sua pessoa, a todos quantos o mesmo seja devido nessa amada diocese, particularmente no Santuário de Nossa Senhora Aparecida, pelo carinho que me receberam e tudo predispuseram da melhor maneira para que eu pudesse visitar a casa da Mãe de todos os brasileiros.
Guardo indeléveis, na memória e no coração, as imagens daquela ativa assembleia litúrgica e da multidão festiva que na esplanada do Santuário, mesmo com frio e a chuva, quiseram acompanhar-me na minha peregrinação à Aparecida. Sem dúvidas foi também uma oportunidade para reviver as belas recordações da minha permanência no Santuário, durante a Quinta Conferência do Episcopado Latino-Americano e do Caribe. Confiei a Ela, Nossa Mãe, a vida de cada brasileiro, bem como pedi que fizesse arder no coração de cada sacerdote desse imenso País um zelo sempre maior por anunciar a Boa Nova de Jesus Cristo.
Peço-lhe também para que, na sua qualidade de Presidente da CNBB, se faça intérprete do meu vivo apreço e gratidão aos Bispos do Brasil, a todos os párocos, pastorais e movimentos eclesiais pelo carinho e empenho postos na preparação e realização da Jornada Mundial da Juventude. Esta foi, certamente, um evento em que o Senhor cumulou de graças a Igreja que está no Brasil. Faço votos para que as sementes que foram lançadas possam frutificar permitindo uma nova primavera para a Igreja nesta amada Nação.
Reconhecido, retribuo todas as gentilezas recebidas, confiando a Deus, pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida, as dioceses e prelazias brasileiras, juntamente com os seus pastores, enquanto de coração a todos concedo uma especial Benção Apostólica e peço que, por favor, não deixem de rezar por mim.
Vaticano, 2 de Agosto de 2013.
Semana Nacional da Família: Iniciação Cristã – educação para a felicidade
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sacra-famigliaDurante a Semana Nacional da Família (SNF) que está sendo realizada, entre os dias 11 e 17 de agosto, em paróquias e comunidades de todo o Brasil, a Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e Família (CEPVF), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), preparou alguns textos para aprofundamento e reflexão.
Este ano, o tema da SNF é “Transmissão e educação da fé cristã na família”, dentro desse contexto, a CEPVF divulgou mais um texto para colaborar com as atividades, e grupos de estudos que estão sendo realizadas pelas dioceses do país.
Confira a mensagem:
Iniciação Cristã – educação para a felicidade
O ser humano é imagem e semelhança de Deus, para viver e conviver com Ele. Nem o ateísmo, nem o agnosticismo, nem a indiferença religiosa são situações naturais da pessoa humana e tampouco podem ser situações definitivas para uma sociedade. Todos nós estamos ligados essencialmente a Deus, como uma casa o está com relação ao engenheiro ou arquiteto que a construiu.
As dolorosas consequências dos nossos pecados podem obscurecer este horizonte, mas cedo ou tarde sentimos a falta da casa e do amor do Pai do Céu. Acontece conosco o que aconteceu com o filho pródigo da parábola: não deixou de ser filho quando foi embora da casa do seu pai e, por isso, apesar de todos os seus extravios, terminou sentindo um desejo irresistível de voltar. De fato, as pessoas que experimentam a misericórdia tem sempre saudade de Deus.
Consciente desta realidade, a família cristã apresenta, ensina, fala, expressa a presença de  Deus no horizonte da vida dos seus filhos que desde os primeiros momentos da sua existência consciente,  respiram e assimilam essa presença misteriosa de amor. A família é o lugar onde o filho é sempre filho: quando bem “comportado” ou quando se desvia daquilo que é o sonho dos pais para eles. Essa certeza deve ser o que o trará de volta, caso tenha se afastado da família. Isto os ajuda a descobrir e experimentar o amor acolhedor de Deus, e como consequência os leva com entusiasmo aos sacramentos de iniciação cristã.
A família é, também, a primeira experiência de Igreja que recebe uma pessoa, pois nela a pessoa recebe uma primeira e elementar iniciação à fé, recebe os sacramentos mais importantes e tem a primeira experiência da caridade.
De fato, nascendo, os pais levam seus filhos para serem batizados e se comprometem a educa-los e iniciá-los á Vida Cristã, para que possam receber os demais sacramentos que confirmam e sustentam a fé: Confirmação e Eucaristia. Quando já têm a capacidade de entender algo, ensinam-lhes as primeiras orações, abençoam os alimentos com eles, usam sinais religiosos, e iniciam-lhes nos primeiros passos do amor à Mãe de Jesus.
Quando já são capazes de compreender algo, leem com eles a Palavra de Deus e a explicam de uma maneira singela e acessível. No momento de assumir as responsabilidades de sua vocação pessoal: matrimonial, presbiteral, religiosa, ou celibatária no meio do mundo, estão com eles. Desde o mesmo momento do seu nascimento, mostram-lhes um imenso carinho e uma constante dedicação, sobretudo, quando estão doentes ou têm alguma má formação ou deficiência física e/ou psíquica.
A educação na centralidade do amor a Deus não para nos sacramentos da Iniciação Cristã, mas continua a ser realizada pelos pais sobretudo através das realidades da vida diária: rezando em família nas refeições, estimulando nos filhos a gratidão a Deus pelos dons recebidos, recorrendo a Ele nos momentos de dor em qualquer uma das suas formas, participando na missa dominical com eles, acompanhando-os para receber o sacramento da Reconciliação, e outras.
Uma experiência particularmente intensa de Igreja em família acontece quando pais e filhos participam na Missa do domingo. Nela, ao reunir-se com outras famílias e outros irmãos na fé, escutam a Palavra de Deus, rezam pelas necessidades de todos os necessitados e se alimentam de Cristo imolado por nós. A fé cresce e se desenvolve com estas experiências tão bonitas que dão sentido à vida ordinária, infundem paz no coração.
- Educar para o amor a Deus consequentemente nos impulsiona ao amor aos irmãos. A pergunta do doutor da Lei só incluía “qual é o primeiro mandamento”. Mas Jesus, ao responder-lhe, acrescentou: o segundo, semelhante a este é: “amarás o próximo como a ti mesmo” (Mt 22, 39). O amor ao próximo, portanto, é “o seu mandamento” e “o distintivo” dos seus discípulos. “Se não amamos o próximo a quem vemos, como vamos amar a Deus, a quem não vemos?”(Jo,4,20).
A Catequese Familiar é uma grande proposta evangelizadora para pais e filhos, ambos são evangelizados e evangelizam-se.
Uma experiência, entre tantas, é a da Paróquia Santa Cruz, em Santa Cruz das Palmeiras-SP, que percebeu a eficiência e propriedade quando os pais ensinavam pela vida e catequese os valores cristãos/católicos para os seus filhos.
Vale a pena investirmos na Catequese Familiar, ela pode ser um precioso recurso para a Iniciação na Vida Cristã.
Padre Wladimir Porreca
Assessor Nacional para a Vida e a Família - CNBB

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

“Meu filho, você não merece nada”


A premiada escritora e jornalista gaúcha Eliane Brum escreveu um texto muito interessante, que vale a pena partilhar. É sobre a maneira como a nossa geração lida com a questão da felicidade. E, naturalmente, como lida com a dor e a falta. Há algum tempo escrevi sobre este tema: a falta que faz falta. Embora conscientes de que a dor e a falta são ingredientes indispensáveis da vida, poucos conseguem encarar essa realidade. Como dizem: é a “ditadura da felicidade”; ou o “ser feliz a qualquer custo”.
O texto da Eliane toca na ferida de uma forma muito contundente. Lembra que “nossa geração está mais preparada, do ponto de vista das habilidades, mas, ao mesmo tempo, despreparada, porque não sabe lidar com frustrações”. Sabe usar bem da tecnologia, mas não sabe a importância do esforço pessoal, da luta. Conhece todas as potencialidades, mas desconhece a fragilidade da vida. Aprendeu que todos nascemos para ser felizes, mas não foi ensinado que a felicidade é também fruto do esforço, da luta e, muitas vezes, da dor.
É comum ouvir dos pais: “eu quero dar aos meus filhos o que eu não tive”. Muitos se matam para dar tudo aos filhos e evitar que sofram. Pais que super protegem. Quando esses(as) jovens chegam ao mercado de trabalho terão a ilusão de encontrar ali uma continuação de suas casas, onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Como raramente isso irá acontecer, vem a frustração, o desânimo, a sensação de infelicidade.
Muitos desconhecem que a felicidade, como a própria vida, é construção. E que, na maioria das vezes, pra se chegar lá, “é preciso ralar muito”. Terão de aprender com a vida, com as quedas e decepções, aquilo que os pais não ensinaram.
Muito forte a reflexão que a escritora faz em seguida: “Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. Há pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de tudo. E como se angustiam quando não o conseguem! É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites?”
E a visão de muitos é tão deturpada que chegam a pensar que a “genialidade” é mais importante que o esforço. Dizer que alguém é “esforçado é quase uma ofensa”. Ter de lutar, de dar duro parece a marca dos fracos. E junto com isso vem a falsa ideia de que é possível viver sem sofrer, que a dor é uma espécie de “anomalia”, que a felicidade é um direito: eu mereço ser feliz! Mas são poucos os que aprendem a lidar com a dor e as decepções. Desconhecem que ninguém consegue tudo o que quer.
É um peso cruel sobre os ombros dos pais: os filhos têm o direito de ser felizes; e cabe aos pais garantir esse direito. E os pais, tão limitados e frágeis, se sentirão culpados, sofrerão ao perceber que não dão conta do recado. Aí se arma um verdadeiro teatro: os filhos fingem felicidade, se empanturrando de coisas materiais, mais fáceis de alcançar; os pais fingem ser capazes de garantir a felicidade, mesmo sabendo que é uma mentira.
E conclui Eliane: “Os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. (…) Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa”.
Os pais deveriam entender que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”.
Pe. José Antonio de Oliveira

Francisco e a conversão pastoral


A repercussão da visita do papa Francisco ao Brasil foi surpreendente. As lições que deixou com seus gestos, palavras e silêncios ecoarão por muito tempo em nossos corações e em nossa vida. São tão numerosas e relevantes que fica difícil enumerá-las ou apontar a mais importante.
Detenho-me aos discursos que dirigiu ao episcopado brasileiro e aos dirigentes do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam). O pano de fundo de suas palavras é o Documento de Aparecida, do qual foi um dos principais redatores durante a V Conferência do Episcopado da América Latina e Caribe, realizada em Aparecida há seis anos.
Aos bispos da CNBB o papa mostrou o caminho de renovação da Igreja quando destacou que ela deve ser instrumento de reconciliação, dar espaço ao mistério de Deus, ser missionária. Quando insistiu que ela não se afaste da simplicidade; se faça companheira e vá além da escuta; que seja capaz de devolver a cidadania aos filhos de Deus e redescubra as entranhas de misericórdia.
Com delicadeza de pastor e sabedoria de mestre, sublinhou cinco desafios postos à Igreja no Brasil: formação dos leigos, religiosos, padres e bispos; colegialidade dos bispos; estado permanente de missão e conversão pastoral; função da Igreja na sociedade e a Amazônia.
Aos dirigentes do Celam, Francisco enfatizou a urgência da conversão pastoral. Fez inquietantes perguntas cujas respostas revelarão a Igreja que temos e a Igreja que queremos. As interrogações do papa têm como base a Igreja-Comunhão-Participação que nasce do Concílio Vaticano II e, na América Latina, se solidifica com Medellín e Puebla.
Questionou, por exemplo, se o trabalho da Igreja é mais administrativo que pastoral; se os leigos são realmente participantes da missão; se os problemas enfrentados pela Igreja são tratados de forma reativa ou proativa; se os Conselhos Pastorais e Econômicos das dioceses e paróquias são realmente espaço de participação e levados em conta para o discernimento pastoral; se os ministros ordenados já superaram a tentação de manipulação ou submissão em relação à missão dos leigos.
Para o papa estes questionamentos constituem a chave da conversão pastoral porque dizem respeito a atitudes. “A conversão pastoral diz respeito, principalmente, às atitudes e a uma reforma de vida”, diz o papa. Isso implica “entrar em processo” na dinâmica própria da mudança de atitudes. De acordo com Francisco, pastoral é o “exercício da maternidade da Igreja” que “gera, amamenta, faz crescer, corrige, alimenta, conduz pela mão”, daí a necessidade de ser misericordiosa. “Sem misericórdia, poucas possibilidades temos hoje de inserir-nos em um mundo de feridos que têm necessidade de compreensão, de perdão, de amor”.
A conversão pastoral exige, segundo o papa, que a Igreja deixe de ser autorreferencial e que as pastorais sejam próximas para que promovam o encontro de Deus com as pessoas e vice-versa. Além disso, é necessário vencer pelo menos três grandes tentações: a ideologização do evangelho, o funcionalismo e o clericalismo. O caminho que Francisco propõe para superação deste último é simples e bastante conhecido: Grupos Bíblicos, Comunidades Eclesiais de Base e Conselhos Pastorais.
Estas palavras do papa Francisco jogam especial luz sobre o estudo que nossas comunidades por todo o Brasil fazem do texto da CNBB “Comunidade de Comunidades: uma nova paróquia”. A renovação da paróquia que se busca terá sua efetiva concretização a partir de verdadeira conversão pastoral, que implica também na mudança de estruturas caducas.
Em boa hora Deus inspirou o papa Francisco que nos ajuda a perceber o caminho de renovação de nossas paróquias. Vale seu alerta: “a mudança de estruturas – de caducas a novas – não é fruto de um estudo de organização do organograma funcional eclesiástico, de que resultaria uma organização estática, mas é consequência da dinâmica da missão”. E ainda: “O que derruba as estruturas caducas, o que leva a mudar os corações dos cristãos é a missionariedade”.
Pe. Geraldo Martins Dias


Dimensão Litúrgica lança novo volume da coleção “Celebrando o Cristo na vida do povo”



Terceiro Caderno de formação para Ministros da Palavra e agentes da pastoral litúrgica
Seguindo as orientações do Conselho Arquidiocesano de Pastoral (CAP) e dando continuidade aos trabalhos de implementação do Ministério da Palavra e formação litúrgica das comunidades da Arquidiocese de Mariana, a Comissão Arquidiocesana de Liturgia apresenta o subsídio litúrgico “Sacrosanctum Concilium – Um novo olhar sobre a Liturgia da Igreja”, terceiro volume da coleção “Celebrando o Cristo na vida do povo”.
Este fascículo visa implementar o estudo da Constituição sobre a Sagrada Liturgia, a Sacrosanctum Concilium (SC), neste ano em que ela completa 50 anos de promulgação.
Assim dispõe a Sacrosanctum Concilium 14: “É desejo ardente na mãe Igreja que todos os fiéis cheguem àquela plena, consciente e ativa participação nas celebrações litúrgicas que a própria natureza da Liturgia exige e que é, por força do Batismo, um direito e um dever do povo cristão, ‘raça escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido” (1 Ped. 2,9; cfr. 2, 4-5).
Dentro desta linha de formação, acolhendo as preciosas contribuições da SC, o material apresentado oferece a oportunidade de um estudo mais aprofundado acerca da natureza da liturgia.  Eis a temática dos capítulos: Capítulo Primeiro: Liturgia do Coração e Liturgia da Igreja, Capítulo Segundo: A vida litúrgico-profética de Jesus, Capítulo Terceiro: Estrutura da Constituição Conciliar SC, Capítulo Quarto: A celebração litúrgica do agir de Deus na história e o Anexo: Processo de redação a aprovação da Constituição.
“Incentive-se o estudo deste subsídio nas paróquias, comunidades, nas diversas reuniões de equipes de liturgia e nos grupos de formação paroquial para o Ministério da Palavra. Que o estudo deste material estimule as pessoas, grupos e comunidades a uma melhor compreensão, uma nova mentalidade e um novo agir que resulte de fato em participação mais consciente e ativa na  sagrada Liturgia”, disse o assessor da Dimensão, padre Geraldo Buziani.
Adquira seu exemplar (R$ 2,50) na sua paróquia ou através do Centro de Pastoral de sua região e aproveite bem este valioso material de estudo. “Continuamos contando com o empenho e a participação de todos nesse projeto”, concluiu.
 
Confira a apresentação do Caderno de Formação feita pelo arcebispo metropolitano
Na comemoração do Jubileu de Ouro da promulgação da Constituição Sacrosanctum Concilium sobre a Sagrada Liturgia, primeiro documento do Concílio Vaticano II, a Arquidiocese de Mariana publica esse precioso subsídio pastoral.
Esse “novo olhar sobre a Liturgia da Igreja” permitirá especialmente aos agentes da pastoral litúrgica e aos ministros da Palavra penetrarem, de maneira sistemática e com grande profundidade, no mistério que celebramos na Sagrada Liturgia. Sem pretender apresentar uma definição acadêmica ou didática sobre a Liturgia, a Sacrosanctum Concilium, de forma magisterial ensina-nos que “a Liturgia é o exercício do múnus sacerdotal de Jesus Cristo, no qual, mediante sinais sensíveis, é significada e, de modo peculiar a cada sinal, realiza-se a santificação do ser humano; e é exercido o culto público integral pelo Corpo Místico de Cristo, Cabeça e membros” (SC 7).
É bom sempre recordar que “toda celebração litúrgica como obra de Cristo sacerdote e de seu Corpo que é a Igreja, é uma ação sagrada por excelência, cuja eficácia, no mesmo título e grau, não é igualada por nenhuma outra ação da Igreja” (SC 7).
Com o Vaticano II, soprou um vento renovador em toda a Igreja. O Povo de Deus experimentou a atmosfera alegre e vibrante de um novo Pentecostes. A Constituição sobre a Sagrada Liturgia abriu caminhos novos para a vida litúrgica e mesmo para toda a vida eclesial. Por ocasião do 25.º aniversário da SC, o Papa João Paulo II, em sua Carta Apostólica Vicesimus Quintus Annus assim se expressa: “A renovação litúrgica é o fruto mais visível de toda a obra conciliar. Para muitos, a mensagem do Concílio Vaticano II foi percebida antes de tudo por meio da reforma litúrgica” (VQA, 12).
Por intercessão de Nossa Senhora da Assunção e de São José, Padroeiros de nossa Arquidiocese, imploro ao Espírito de Deus que, “com um novo olhar sobre a Liturgia da Igreja”, possamos sempre mais traduzir em nossa vida o que celebramos na fé.
Mariana, 31 de maio de 2013
+Geraldo Lyrio RochaArcebispo Metropolitano

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

CNBB entregará assinaturas para projeto Saúde + 10

CNBB entregará assinaturas para projeto Saúde + 10

Na próxima segunda-feira, 5 de agosto,  “Dia Nacional da Saúde”, o secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, fará a entrega de assinaturas coletadas pelas dioceses, pastorais e organismos da Igreja Católica para o Comitê Saúde + 10. O Ato Público será às 11h, na Sede da Conferência em Brasília (SE/Sul – Quadra 801 – Conjunto B). O ato contará com a presença de lideranças de saúde que compõem a coordenação do Movimento Saúde +10.  A coleta de assinaturas é em prol do Projeto de Lei de iniciativa popular que propõe a destinação de 10% das receitas correntes brutas da União para a Saúde Pública. A iniciativa visa agregar, de maneira contínua e crescente, as entidades organizadas no esforço de encaminhar à Câmara Federal o mínimo de 1,5 milhão de assinaturas que pede a aprovação desta nova lei.

Criado há um ano, o Movimento Saúde + 10 conta com o apoio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e de mais de 100 entidades, entre elas estão Conselho Nacional de Saúde (CNS), Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Conselho Federal de Medicina (CFM), Assembleia Legislativa de Minas Gerais, e outros parceiros.